DISCURSO DIRECTO

28 setembro, 2006

O fim da "novela" das águas?

Na última reunião da Câmara de Azambuja, o Partido Socialista aprovou, de forma ilegal, a nova proposta do “negócio das águas”.

A este propósito, escrevi nomeadamente o seguinte: “Não consigo compreender porque Joaquim Ramos não optou pelo bom-senso e decidiu trilhar, teimosamente, o caminho do vale-tudo. Porquê forçar a aprovação da nova proposta ao arrepio da legislação vigente? Porquê tanta pressa com o “negócio das águas”? Porquê?”.

Já anteriormente tinha aqui dito que “a Joaquim Ramos e ao PS já só lhes resta uma alternativa: “meter a viola no saco” e retirar em definitivo o “negócio das águas” da agenda política.

Ora, nas últimas 48 horas, parece que Joaquim Ramos e o PS terão compreendido os graves erros que cometeram (em particular, na 2.ª feira) e já terão decidido meter o “negócio das águas” na gaveta, faltando apenas definir o tempo e o modo para tornar pública tal decisão.

A ser verdade, finalmente, Ramos tomou a decisão certa.

Desde logo, porque é a única forma que Ramos tem para conter os estragos políticos que lhe foram causados pela questão do “negócio”.

Por outro lado, é uma decisão certa porque permite a realização de um debate sério sobre o sistema de abastecimento de água no Concelho de Azambuja, designadamente através de um estudo comparativo dos modelos e melhores práticas no domínio da exploração e gestão dos serviços públicos de distribuição de água.

E é este debate que importa agora realizar. Sem demagogias, nem populismos inconsequentes. Mas, com serenidade, competência técnica e realismo político.

Pois, se é certo que o modelo aprovado por Ramos e pelo PS era mau, também é verdade que o actual modelo de gestão não pode continuar, porque é ineficiente e gerador de desperdício dos recursos municipais.

Ao longo de todas estas semanas, ouvimos e lemos muito sobre o que estava errado no actual modelo e na solução aprovada pelo Partido Socialista.

Contudo, ninguém – partidos políticos e “sociedade civil” – se atreveu a apresentar um modelo de gestão alternativo.

Nesta medida, o PSD/Azambuja tem responsabilidades acrescidas. Foi a segunda força partidária mais votada nas eleições autárquicas. É o principal responsável pelo contestação e consequente bloqueio ao “negócio das águas”.

Por isso, e a confirmar-se que o “negócio” vai ser metido na gaveta, o PSD tem a obrigação de apresentar o seu modelo de exploração e gestão do sistema de distribuição de água.

As populações do Concelho de Azambuja sabem que o actual modelo é mau e rejeitaram a “solução” aprovada pelo Partido Socialista. Agora querem, legitimamente, uma solução alternativa.

Pela minha parte, procurarei dar alguns contributos neste domínio. Mas, isso fica para outros posts...

Diz-me com quem andas...

Em plena pré-campanha eleitoral, Hugo Chávez exibe José Sócrates para mostrar a sua influência no mundo, num cartaz com o título Rompendo o bloqueio: Venezuela é respeitada!.

Mas, há outras figuras utilizadas na mesma colecção de cartazes, nomeadamente os ditadores Fidel Castro, Ahmadinejad e Lukashenko.

Face a estas “companhias”, será que Chávez também considera Sócrates um ditador? E se considera tal, o que o levou a tão disparatada conclusão? Será que Chávez não sabe que Portugal é um país democrático?

Como é óbvio, a explicação é outra, pois Chávez sabe que Sócrates não lidera uma ditadura e que Portugal é um estado democrático.

A explicação reside apenas nisto: Chávez considera-se um democrata, tal como entende que os “chefes” de Cuba, do Irão e da Bielorússia são verdadeiros democratas.

Contudo, estes “democratas” são democratas de pacotilha, pois lideram ditaduras e regimes autoritários sob a sacrossanta capa da “democracia popular” ou de Alá e negam ao seu povo os mais elementares direitos, liberdades e garantias.

Press

A partir de agora, já é possível aceder através do Discurso Directo às seguintes revistas e jornais:

Visão
Science
Nature
National Geographic
ABC
Times
L’Osservatore Romano

Boas leituras!

27 setembro, 2006

Arte Portuguesa - IV


Maternidade, de J. S. Almada Negreiros

26 setembro, 2006

Ainda a "novela" das águas

E o impossível aconteceu!

O presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, e os vereadores do Partido Socialista aprovaram ontem a nova proposta de “negócio das águas”.

Aprovaram, apesar dessa proposta estar incompleta! O documento que foi aprovado não continha nenhum dos anexos a que se referia, nomeadamente, o anúncio do concurso público e o respectivo caderno de encargos...

Aprovaram, apesar do presidente da Assembleia Municipal já ter admitido o processo de referendo local! O que impede a aprovação de quaisquer deliberações sobre o “negócio das águas”, pelo menos até que a Assembleia Municipal se pronuncie sobre a procedência ou não de tal processo referendário...

Esta deliberação da Câmara é, assim, ilegal.

Por isso, mantenho o que aqui escrevi no sábado passado: “(...) se Joaquim Ramos força a votação da sua proposta de “negócio das águas” nesta sessão de Câmara, não tenho quaisquer dúvidas de que esta questão salta já do plano político para os tribunais. E se não saltar agora, salta quando a nova proposta for submetida à Assembleia Municipal”.


Três últimas notas quanto à discussão que ontem se travou sobre o “negócio”:

1) Não consigo compreender porque Joaquim Ramos não optou pelo bom-senso e decidiu trilhar, teimosamente, o caminho do vale-tudo. Porquê forçar a aprovação da nova proposta ao arrepio da legislação vigente? Porquê tanta pressa com o “negócio das águas”? Porquê?

2) O vereador da CDU, António Nobre, surpreendeu. Sempre que lhe foi possível, antecipou-se e esgrimou argumentos. Na prática, foi ele que liderou o debate pela oposição camarária. A tarde de ontem correu bem a Nobre, mas faltou-lhe a concretização final: não ter votado a nova proposta de “negócio”.

3) Quanto aos vereadores do PSD, bem ... a solidariedade política que os mesmos merecem (sou militante do PSD), não me permite fazer qualquer tipo de comentários sobre o seu desempenho durante a sessão camarária de ontem.

Parabéns!

Os professores, alunos e pais das escolas do Concelho de Azambuja estão de parabéns!

Mais uma vez, temos 14 escolas galardoadas com a Bandeira Verde Eco-Escolas.

De facto, no âmbito deste programa nacional de educação ambiental, Azambuja está na linha da frente. Afinal, somos capazes de estar entre os melhores!

É, por isso, com natural alegria e orgulho que publico este post.

A terminar, não posso deixar de referir que o vereador do pelouro do Ambiente, José Manuel Pratas, também tem o seu (bom) quinhão de responsabilidade nesta distinção nacional, pois não tem negado quaisquer apoios e incentivos a este projecto das escolas de Azambuja.

25 setembro, 2006

A não perder

Cavaco Silva inicia hoje a sua 1.ª visita oficial à Espanha, enquanto Presidente da República.

Por isso, recomendo a leitura da interessante entrevista que Cavaco Silva deu ao El Pais e que foi ontem publicada.

24 setembro, 2006

E ao sétimo dia...


Wellington Harbour, Nova Zelândia

23 setembro, 2006

A "novela" das águas

Como a “novela” já vai longa, recapitulemos os anteriores episódios.

No dia 31 de Julho, a Câmara de Azambuja aprovou o concurso público para a concessão da exploração e gestão dos serviços públicos de distribuição de água e de drenagem de águas residuais do Município de Azambuja, também chamado de sistema de abastecimento “em baixa”. Os vereadores do PSD e da CDU votaram contra.

A 11 de Agosto, a Comissão Política do PSD/Azambuja distribuiu um comunicado “contra a privatização selvagem da água em Azambuja”.

Nesse mesmo dia, em conferência de imprensa, a estrutura social-democrata anunciou que iria promover um referendo local e várias sessões de esclarecimento sobre o “negócio das águas".

Quatro dias depois, foi a vez do Partido Socialista de Azambuja distribuir um comunicado, que teve como título “PSD Mente sobre as águas”.

A 21 de Agosto, na Associação Desportiva e Cultural dos Casais da Lagoa, o PSD/Azambuja deu início ao seu ciclo de 9 sessões de esclarecimento, que viria a concluir no dia 4 de Setembro em Vila Nova de São Pedro.

No dia 1 de Setembro, o presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, deu uma conferência de imprensa, onde defendeu a sua proposta de concessão e declarou que desconhecia qualquer iniciativa do PSD tendo em vista a realização de um referendo local.

A 13 de Setembro, o processo do referendo foi entregue ao presidente da Assembleia Municipal de Azambuja, sendo constituído por 2096 assinaturas, ou seja, em número superior ao exigido pela lei do referendo local.

Dois dias depois, realizou-se uma sessão da Assembleia Municipal, cuja ordem de trabalhos previa no seu Ponto 2 a votação da proposta relativa ao “negócio das águas”. Nessa noite, não obstante o processo do referendo já ter sido entregue ao presidente da AM, os autarcas socialistas deram sinais claros de que iriam forçar a aprovação desse “negócio”. E tal só não aconteceu porque os deputados municipais do PSD denunciaram que a proposta de “negócio” que iria ser colocada à votação da AM não era igual à aprovada pela Câmara, o que obrigou Joaquim Ramos a retirar a mesma e pedir o adiamento da votação, pois a proposta correcta era a que foi apresentada na AM e não a que foi votada na sessão de Câmara do dia 31 de Julho...

Estes foram os episódios anteriores.

E como vai correr a “novela” daqui para a frente? Bem... Para já, nesta segunda-feira, a Câmara de Azambuja vai reunir e no Ponto 1 da ordem de trabalhos consta a alteração da proposta de “negócio das águas” aprovada em 31 de Julho.

Tendo em conta os pareceres que o PSD/Azambuja recebeu da Comissão Nacional de Eleições e a posição de vários juristas de renome (que confirmam o entendimento de que o “negócio das águas” tem de parar enquanto a AM não se pronunciar sobre o processo de referendo local), bem como o teor da proposta que agora vai à sessão de Câmara, parece-me que Joaquim Ramos vai, mais uma vez, retirar a sua proposta de “negócio” e adiar a votação.

É isso que dita o bom senso.

Mas, se Joaquim Ramos força a votação da sua proposta de “negócio das águas” nesta sessão de Câmara, não tenho quaisquer dúvidas de que esta questão salta já do plano político para os tribunais. E se não saltar agora, salta quando a nova proposta for submetida à Assembleia Municipal.

Como já aqui escrevi, este é um combate que Joaquim Ramos e o PS já perderam, mercê da determinação e sagacidade da estrutura local do PSD, da revolta da população e, sobretudo, dos sucessivos erros políticos, jurídicos e processuais que Ramos e o PS têm cometido.

De facto, a Joaquim Ramos e ao PS já só lhes resta uma alternativa: “meter a viola no saco” e retirar em definitivo o “negócio das águas” da agenda política.

Mas, aguardemos pelas cenas dos próximos episódios...

Gostaria...

... de ter escrito este texto do Miguel Sousa Tavares, hoje publicado no Expresso.

21 setembro, 2006

Obrigado!

Bem... Com 4 meses de vida, parece que o Discurso Directo já mereceu mais de 5000 acessos.

A responsabilidade cresce e a vontade de continuar também.

Até à próxima!

Com expectativa

O movimento Compromisso Portugal realiza hoje a sua 2.ª Convenção do Beato.

Este encontro tem como base o "Texto Provocatório Geral" intitulado Por um País de Oportunidades e terá dez painéis, que abarcam temas tão diversos como a Segurança Social, o Ordenamento do Território e Ambiente, a Educação e a Competititvidade.

O discurso inaugural está a cargo de Alexandre Relvas, o “Mourinho de Cavaco”.

Aguardemos, então, pelas conclusões desta iniciativa do Compromisso Portugal.

Com expectativa.

20 setembro, 2006

Coincidências e caminhos

De acordo com o estudo sobre a Caracterização dos Recursos Humanos da Administração Pública, ontem divulgado pelo Secretário de Estado da Administração Pública, Portugal tem 737 774 funcionários públicos, pelo que o peso do emprego público na população empregada é de 14,4%.

A Administração Central tem 568 384 funcionários, a Administração Autárquica 130 650 e, por fim, a Administração Regional conta com 38 740 funcionários públicos.

Coincidência ou não, o movimento Compromisso Portugal tornou hoje público que defende a redução de 200 mil funcionários públicos em cinco anos.

Segundo os responsáveis do Compromisso Portugal, esta redução dos actuais efectivos na função pública permitiria a Portugal colocar o número de funcionários em relação à população total em 4,7% (a média actual de sete países europeus com uma população inferior a 15 milhões de habitantes) e, por outro lado, permitiria poupanças anuais na ordem dos cinco mil milhões de euros (o que baixaria a factura salarial anual dos actuais 15% para os 11% do PIB).

Este objectivo do Compromisso Portugal é bem mais ambicioso do proposto pelo Governo – redução de apenas 75 000 funcionários.

Prefiro o caminho defendido pelo Compromisso Portugal, nomeadamente porque a redução da despesa potenciará a redução dos impostos, com todas as consequências positivas que daí advirão para a economia real e para a carteira de cada português.

19 setembro, 2006

Na "mouche"!

Pelo seu interesse e oportunidade, aqui transcrevo o post de Miguel Frasquilho, hoje publicado no 4.ª República.

“Não há dúvidas de que o que este Governo gosta mesmo é de celebrar e festejar! Pouco importa se nada há que o justifique, ou que o “tiro saia pela culatra” – o que importa é fazer a festa.

Ainda na semana passada tivemos mais um exemplo, desta vez dado pelo próprio Primeiro-Ministro, José Sócrates. Já conhecedor dos números da execução orçamental de Agosto, mesmo antes da sua divulgação, no dia 15 (o que é normal acontecer), e como esses números mostrassem uma melhoria face a meses anteriores (como já no anterior post reconheci), o Primeiro-Ministro não se conteve e tratou de bradar aos sete ventos: «(…) estou em condições de garantir que a despesa pública vai este ano cair em função do PIB – e isso será algo de inédito em 30 anos de História nas finanças públicas em Democracia».

Ora, de acordo com o dicionário, inédito significa «que é completamente novo» ou « que não foi visto antes», ou ainda «que nunca foi mostrado ou exibido». No entanto, a simples consulta da base de dados do Eurostat permite comprovar que, desde 1974, sucedeu ter a despesa pública caído em onze (sim, 11!) anos face ao PIB. A saber:

1. 1979 (31.8% para 31.1%);

2. 1982 (36.8% para 36.5%);

3. 1984 (36.5% para 36.4%);

4. 1987 (39.2% para 38%);

5. 1988 (38% para 36.6%);

6. 1994 (45.4% para 43.7%);

7. 1995 (43.7% para 42.8%);

8. 1997 (43.6% para 42.6%);

9. 1998 (42.6% para 41.9%);

10. 2000 (43.2% para 43.1%); e

11. 2002 (44.4% para 44.2%).

Aliás, mesmo que o Primeiro-Ministro tivesse tomado como referência a nossa entrada na então CEE, em 1986, este facto «inédito» teria ocorrido em oito anos anteriores. E mesmo que se levasse em consideração apenas o tempo em que somos membros da Zona Euro (desde 1999), o acontecimento qualificado como «inédito» teria, afinal, ocorrido duas vezes…

Não sei quem forneceu esta informação a José Sócrates, mas ela está absolutamente errada. Como o comprova o rol de onze ocasiões em que, nos últimos 32 anos, a despesa pública desceu face ao PIB.

Será, sem dúvida, positivo que a despesa pública caia relativamente ao PIB. Mas, para além de ser preciso esperar pela confirmação, convenhamos que não deixa de ser confrangedor ver um Primeiro-Ministro auto-elogiar-se e congratular-se perante uma façanha que de inédita… nada tem – muito pelo contrário, porque tantas vezes já ocorreu no passado.

E assim vamos, sempre em festa, mesmo quando os motivos para festejar não são, de todo em todo, minimamente válidos!...”

O Direito à Preguiça

Ontem, na resposta que dei ao comentário de Bostor ao meu post E ao sétimo dia, lembrei-me do opúsculo O Direito à Preguiça, publicado por Paul Lafargue em 1883.

Ao contrário do que o título sugere, esta não é uma obra humorística, ao bom estilo de Tom Sharpe.

O Direito à Preguiça é a análise simplista, mas humana, de um socialista revolucionário sobre as condições de trabalho e o próprio sistema capitalista no período da Revolução Industrial.

Lafargue propõe todo um conjunto de mudanças sociais e económicas (algumas das quais foram recuperadas por Francisco Louçã durante a “Marcha pelo Emprego”...), nomeadamente, a introdução do “direito à preguiça”, o qual mais não é do que o nosso actual “direito ao descanso”.

Como já se disse, O Direito à Preguiça não é uma obra humorística, mas começa de forma divertida, com a seguinte citação de Lessing:

“Preguicemos em tudo, excepto no amor, na bebida e na preguiça”

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18 setembro, 2006

Notas soltas

A preguiça deste fim-de-semana impediu-me de publicar dois posts, um sobre a Assembleia Municipal de Azambuja e outro sobre a estreia do novo semanário Sol.

Mas, julgo que os temas ainda são actuais, pelo que aqui deixo estas breves linhas.

MISSÃO CUMPRIDA!
Quanto à Assembleia Municipal que se realizou na passada 6.ª feira, quero destacar que o PSD conseguiu adiar a votação referente ao “negócio das águas”.

Na verdade, esta foi uma reunião que não poderia ter corrido pior a Joaquim Ramos e ao Partido Socialista.

Desde logo porque o PSD, pela voz de Luis Leandro, assumiu ao longo de toda a reunião uma postura muito responsável e construtiva, de quem conhece o “dossier” de trás para a frente. Aliás, foi isso que permitiu que o “negócio das águas” fosse retirado da ordem de trabalhos.

Pelo contrário, Ramos demonstrou que não domina o assunto e, pasme-se, até defendeu uma proposta de “negócio” que não correspondia àquela que foi distribuída aos deputados municipais para discussão e votação!...

Mais uma vez, Joaquim Ramos e o PS meteram água!

DECEPÇÃO!
Eis a primeira palavra que me ocorreu para ilustrar o que senti quando li o Sol.

Não gostei do estilo gráfico.

Nem gostei da arrogância e sobranceria da sua linha editorial, com referências deste calibre “Um jornal que vale por si. Este semanário não oferece brindes nem faz promoções”. Ou aquela “notícia” verdadeiramente panegírica sobre “Como nasceu o Sol”, na qual são tornados públicos os diferendos entre José António Saraiva e Pinto Balsemão, com óbvia vantagem para o primeiro.

De facto, o Expresso continua a ser uma instituição!

17 setembro, 2006

E ao sétimo dia...


Lagoa Comprida, Flores (Açores)

15 setembro, 2006

E agora, Sr. Presidente?

A Assembleia Municipal de Azambuja reúne hoje, a partir das 21 horas.

Assim, o presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, tem pouco mais de 10 horas para tomar uma das seguintes decisões:

- Ou espera pela conclusão do processo de referendo local e adia a votação do concurso público referente ao abastecimento de água e saneamento “em baixa” (que consta da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal)

- Ou força a votação da sua proposta de concurso na Assembleia Municipal de hoje e, dessa forma, abre caminho para que o “negócio das águas” salte do plano político para os tribunais.

Qualquer uma das opções acarreta sérios riscos políticos para Joaquim Ramos e para o Partido Socialista.

Efectivamente, este é um combate que Joaquim Ramos e o PS já perderam.

Se adia, Ramos não cumpre o calendário que a si próprio se impôs. Se houver referendo, Ramos sabe que a derrota da sua posição é quase certa. Se força a votação na Assembleia Municipal, e faz de conta que não há um processo de referendo popular, Ramos conta com uma batalha jurídica (cujo desfecho final desconhece) e tem a certeza de uma forte reacção política por parte do PSD e da população do Concelho de Azambuja.

Por seu lado, o PSD, promotor do processo de referendo popular, tem tudo a ganhar.

Aliás, o líder do PSD/Azambuja, Luis Leandro, demonstrou nestas últimas semanas que a política faz-se de boas causas, mas também com muita sagacidade e inteligência.

Esta noite, Leandro tem a grande oportunidade para mostrar que lidera um PSD forte e firme, mas também responsável.

Se não cair na tentação da demagogia, do populismo inconsequente e da “guerrilha política”, Leandro conquistará em definitivo o respeito dos seus “pares” e demonstrará que o PSD é a única alternativa de poder no Concelho de Azambuja.

É, pois, com muita expectativa que se aguarda pelas intervenções de Joaquim Ramos e de Luis Leandro na Assembleia Municipal de hoje.

14 setembro, 2006

Arte Portuguesa - III

As Meninas, de Sarah Afonso

13 setembro, 2006

O Povo quer decidir

No meu post É só meter água!, publicado em 16 de Agosto, escrevi o seguinte:

“A Câmara de Azambuja aprovou, com os votos contra do PSD e da CDU, um concurso público para a concessão da exploração e gestão dos serviços públicos de distribuição de água e de drenagem de águas residuais do Município de Azambuja.

Em boa hora, decidiu a Comissão Política do PSD/Azambuja insurgir-se contra esta decisão da autarquia e recorrer à figura do referendo local para saber qual a posição do Povo do Concelho de Azambuja quanto a este negócio, tanto mais que o mesmo não se encontrava previsto no programa eleitoral que o Partido Socialista apresentou nas últimas eleições. (...)

Resta agora saber qual vai ser o acolhimento que esta posição do PSD vai ter junto da população do Concelho, pois sem as 1400 assinaturas que a lei exige não haverá referendo – e, dessa forma, a maioria socialista que governa a Câmara de Azambuja terá a porta escancarada para fazer o negócio (...)”
.

O processo do referendo foi hoje entregue ao Presidente da Assembleia Municipal de Azambuja e é constituído por 2096 assinaturas, ou seja, em número superior ao exigido pela lei do referendo local.

Mas, há muitas mais. Tenho conhecimento que há, pelo menos, mais quinhentas assinaturas que poderão vir a ser juntas ao processo até ao início da sessão da Assembleia Municipal que terá lugar esta 6.ª feira.

Pelos vistos, o Povo do Concelho de Azambuja quer decidir e não está disposto a deixar a maioria socialista “à solta”.

Este é “apenas” mais um problema que Joaquim Ramos e o Partido Socialista terão de enfrentar no polémico “negócio das águas”.

A confusão a nível político já está lançada. E a seguir, parece-me, o imbróglio será jurídico. Mas, isso fica para outro post...

Os Pactos de Regime

A propósito do Pacto da Justiça e da eventual celebração de novos acordos parlamentares entre o PS e o PSD, nomeadamente para as áreas da Segurança Social, Educação e Reforma da Administração Pública, Vicente Jorge Silva publica hoje um artigo muito interessante no Diário de Notícias, cuja leitura desde já se recomenda.

Excertos - XIII

“(...) vivemos num tempo que se sente fabulosamente capaz de realizar, mas não sabe o que realizar. Domina todas as coisas, mas não é dono de si mesmo. Sente-se perdido na sua própria abundância. Embora com mais meios, mais saber, mais técnicas do que nunca, o mundo actual anda como o mais infeliz que possa ter havido: totalmente à deriva.”

A Rebelião das Massas, de Ortega y Gasset

12 setembro, 2006

Iraque Livre?


O relatório da secretaria-geral da ONU, hoje distribuído em Genebra, confirma que a destituição do ditador Saddam Hussein tornou o Iraque num país mais inseguro.

Segundo esse documento, no Iraque morrem cerca de cem civis por dia devido à violência e mais de 460 ficam feridas.

Este é um verdadeiro paradoxo da política internacional.

Pois, o ditador Saddam e o seu regime político foram derrubados em nome da Liberdade.

Mas, não existe Liberdade sem Segurança. Quem vive com o receio diário de morrer ou de ser ferido por um qualquer atentado não tem liberdade, porque uma vida insegura não é uma vida livre.

Pelos vistos, como diz o nosso povo, os iraquianos “saíram da zorra para se meterem na porra”.

PSL

Pedro Santana Lopes é e gosta de ser um homem mediático. Por isso, quando não aparece na comunicação social, fica nervoso. É como se só existisse quando aparece numa revista, num jornal ou num canal de televisão.

Consequentemente, PSL não tem sabido lidar com o silêncio. E tal conduziu à própria banalização de PSL. Onde antes havia novidade, hoje existe dificuldade em “passar a mensagem”.

Mas, tenho de reconhecer que as declarações de PSL no Diário de Notícias de hoje são oportunas. Afinal, foi PSL que, em 10 de Agosto de 2004, propôs pela primeira vez a celebração de um pacto para a Justiça.

Não sabe gerir a falta de exposição pública, nem o seu silêncio. Mas, PSL, mais uma vez, pode dizer que “tive razão antes do tempo”...

10 setembro, 2006

E ao sétimo dia...


Lago Tsimanamsotsa, Madagascar

08 setembro, 2006

Continuam a meter água!

No passado mês de Agosto, a Câmara Municipal de Azambuja, com os votos solitários do Partido Socialista, aprovou o concurso público para a concessão da exploração e gestão dos serviços públicos de distribuição de água e de drenagem de águas residuais do Município de Azambuja, também designado por sistema de abastecimento “em baixa”.

Já escrevi sobre este assunto várias vezes no Discurso Directo, nomeadamente nos posts Oportunidade perdida... (28/08/2006), A Coerência do PSD/Azambuja (23/08/2006) e É só meter água (16/08/2006).

Agora, quero destacar apenas o seguinte:

1) Até ao momento, a Câmara de Azambuja nada fez para divulgar convenientemente tal “negócio”, nem tornou pública a documentação daquele concurso, designadamente no seu site oficial.

Ora, este é um tema “quente” e, por isso, merecia um outro tratamento por parte da autarquia, porque, como diz o povo, “quem não deve, não teme”. De facto, a maioria socialista ainda não percebeu que, com este tipo de atitudes, continua a meter água.

2) Apesar da Câmara de Azambuja não ter tornado pública tal informação, a Comissão Política do PSD/Azambuja decidiu, e bem, disponibilizar tal informação à população do Concelho.

Assim, desde ontem e à distância de um simples clique, já é possível conhecer todos os contornos do polémico “negócio” do abastecimento de água “em baixa”.

07 setembro, 2006

É preciso pedalar muito

Para quem queira saber mais sobre a posição de Portugal neste mundo da Economia Global, recomendo a leitura do relatório Doing Business – Explore Economies do Banco Mundial e do 2006 Index of Economic Freedom do The Heritage Foundation/Wall Street Journal, publicados ontem.

De facto, e apesar de alguns indicadores positivos, Portugal ainda precisa de pedalar muito...

05 setembro, 2006

Arte Portuguesa - II

O Fado, de José Malhoa

04 setembro, 2006

Pensar em Grande

Aqui reproduzo alguns trechos do post publicado por Francisco Almeida Leite no Corta-Fitas:

«O novo "slogan" do PSD de Marques Mendes é inaudito: "Pensar em Grande". Isto para já não falar na exigência feita ao Governo para que se atinja rapidamente esta meta: "Crescer 3%". É genial...»

«o líder do PSD apareceu em Castelo de Vide com um discurso onde volta a propor pactos, desta feita na Segurança Social. É bom que o PSD proponha alguma coisa, e que se veja e oiça, mas acredito que o papel do principal partido da oposição - num cenário de maioria absoluta e sem eleições à vista num prazo generoso de três anos - deveria ser também de marcação directa às soluções deste Governo.»

«Não basta propor medidas que se sabe que, à partida, serão liminarmente rejeitadas. O País, neste momento, precisa de um bom exercício do contraditório em relação àquilo que o Governo vai dizendo e lançando.»


03 setembro, 2006

E ao sétimo dia...


Nilo, Egipto

02 setembro, 2006

Nota positiva

Com a mesma serenidade com que critiquei aqui a postura dos vereadores do PSD na última sessão da Câmara Municipal de Azambuja, destaco agora o bom desempenho do vereador António José Matos durante a sessão de esclarecimento que se realizou ontem à noite na Casa do Povo de Aveiras de Cima.

De facto, Matos teve uma intervenção muito afirmativa e segura, numa linguagem simples e acessível, que em muito contribuiu para “desmontar” o processo da concessão do sistema de abastecimento de água “em baixa”.

Por seu turno, o presidente da Câmara J. Ramos, durante a conferência de imprensa que ontem deu sobre a questão da “privatização” da água, revelou-se bem mais trapalhão e sem capacidade para esclarecer todas as razões que o levaram a aprovar tal “privatização”.

No dia de ontem, Matos passou, Ramos chumbou.

01 setembro, 2006

Há 67 anos


Às 4.45 horas do dia 1 de Setembro de 1939, as forças militares da Alemanha nazi invadiram a Polónia, dando assim início à II Guerra Mundial.

A Polónia sucumbiu ao jugo alemão em apenas 28 dias. Nos meses seguintes, foi a vez da Dinamarca, da Noruega, da Holanda, da Bélgica, do Luxemburgo e da França.

A Europa viria a viver 6 anos de terror, destruição e morte. Tudo em nome da megalomania de Adolf Hilter, do lebensraum e de um tétrico conceito de superioridade da raça ariana.

O totalitarismo do “império que iria durar 1000 anos” foi derrotado no dia 8 de Maio de 1945, mas à custa de muito “sangue, suor e lágrimas”.

50 milhões de mortos. Mas o mundo daí resultante já nada tinha a ver com o do passado. Da guerra emergiu um novo quadro geográfico, político e estratégico. E das cinzas e destruição nasceu também a Europa moderna, da qual o III Reich é pai involuntário.


 
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