“Aqui me tem, senhor Inspector. Vivo, inteiro e ansioso por colaborar.”
Assim, começa o último romance de Mário Zambujal - Primeiro as Senhoras -, que nos conta a história de um “pintas” de nome Edgar, dono do Bar Afunda.
Toda a trama desenrola-se no depoimento que Edgar faz a um silencioso inspector da Polícia sobre o golpe que o levou a passar nove dias sequestrado.
Com um fino e bem disposto humor, ficamos a conhecer os passos de um golpe “criminoso”, as aventuras e desventuras de Edgar, as fantasias e emoções que este “bom malandro” tem num universo recheado de personagens femininas:
a Bruna de “cento e catorze quilos e uns bíceps que põem os vivaços em sentido”,
a Marilinha Misse que é “o perfeito enlace do físico e do espiritual”,
a Zina, “deusa do cachimbo vermelho” ,
a advogada Gilberta, “a minha única «ex», oficialmente”,
a Renata Emília que é uma “menina de seda e mel, devo dizer”,
e a Dulce Paula que é “uma daquelas mulheres que em todas as idades parece ter a idade certa: entre os trinta e os cinquenta e oito”.
Primeiro as Senhoras é um livro delicioso.
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