DISCURSO DIRECTO

22 dezembro, 2006

É tempo de Natal

Pela sua actualidade, aqui republico um texto que escrevi para o Correio de Azambuja em 2003:

Natal!

Só ouvir a palavra e despertam em nós os mais variados sentimentos.

Mas, a vivência que hoje se faz do Natal pode levar-nos a colocar a questão de saber se o Natal se tornou uma festa pagã ou se ainda é uma festa cristã.

É certo que muitos dos valores do Natal cristão continuam a ser vividos, contudo é cada vez maior a presença do espírito da sociedade de consumo. O que não é de admirar: enquanto os valores cristãos se baseiam na tradição e em costumes nem sempre devidamente adaptados ao espírito do nosso tempo, as exigências da sociedade de consumo são impostas por uma pressão publicitária suficientemente forte para convencer o mais renitente.

Por isso, o Natal transformou-se para muitos num tempo de prendas inúteis. A instituição "prenda de Natal" tornou-se tão tirana que muito poucos conseguem resistir-lhe. Assim, e como há muitas prendas a comprar e todos os anos se deve comprar alguma coisa (diferente para não repetir), quantas vezes acabamos por adquirir inutilidades que apenas servem para mostrar que "não esquecemos os amigos"?

Assim, o Natal corre também o perigo de se transformar num tempo de banalização dos sentimentos. Porque é costume visitar amigos e familiares num intervalo de tempo tão curto que as visitas são normalmente apressadas, o que impossibilita um encontro repousado, carregado de diálogos e partilha de vida, de um ano da nossa vida, pois, possivelmente, a última visita aconteceu no Natal do ano anterior... É uma visita de entrar e sair: "Eh pá! Desculpa lá. Mas sabes como é que é. Ainda tenho que ir visitar mais meia dúzia de amigos e o tempo já é pouco". E lá se entrega a prenda (inútil?), deseja-se um Bom Natal e um feliz Ano Novo. Assim em dois ou três dias, quando muito, cumpre-se a obrigação de visitar amigos que talvez só voltemos a ver no Natal seguinte. Muito positivo é o encontro, a visita, as palavras amigas e carinhosas, mesmo rápidas e telegráficas, que se trocam com amigos que a correria do dia-a-dia não permite visitar com regularidade. Negativo é a rapidez do gesto que pouco a pouco pode ir substituindo a profundidade do sentimento. Negativo é transformar esta coisa linda, que precisa de tempo, de palavra, de conversa despreocupada, de espaço para "não fazer nada", que é a amizade e a ligação a um amigo, em algo que acontece e se esfuma num minuto magro e superficial que não dá tempo para nos olharmos nos olhos e ver se realmente estamos bem e somos felizes.

Felizmente que ainda há muita gente que tem resistido a estas tentações tão subtis que mal damos por elas.

Felizmente que ainda há muita gente para quem, mesmo com estas "inutilidades", o Natal é o tempo por excelência do encontro com a família, da celebração da festa genuína. É o tempo de nos rendermos a esse Menino que veio assim pequenino para nos conquistar o coração. Afinal, quem pode ter medo de uma criança?

E é por isso que o Natal é um tempo lindo.

20 dezembro, 2006

Arte Portuguesa - VIII

Virgem com o Menino, de António Vaz

18 dezembro, 2006

Um bom livro é uma excelente prenda... (2)

Mais 3 sugestões literárias para o Natal’2006:

FIDEL CASTRO
(Sebastian Balfour)
Mais do que uma biografia sobre Fidel Castro, esta obra é um interessante estudo sobre as condições históricas específicas que permitiram a Castro apoderar-se do poder em 1959 e conservá-lo até hoje.

Balfour não se detém na revolução cubana. Antes pelo contrário. Explora as mais de quatro décadas de governo de Fidel Castro, explicando como é que Cuba chegou a desempenhar um papel internacional muito desproporcionado relativamente ao tamanho e ao peso económico do país.


D. JOÃO V (Maria Beatriz Nizza da Silva)
No dia 1 de Janeiro de 2007 faz 300 anos que D. João V, o Magnânimo, foi aclamado rei de Portugal.

A leitura desta obra de Nizza da Silva é, assim, oportuna.

Nela visitamos o Portugal do século XVIII e conhecemos as várias facetas do reinado d’o Magnânimo, como a sua constante política despesista em luxo e obras gigantescas (recorde-se apenas o convento/palácio de Mafra) ou a sua intensa política colonial (tendo em vista, designadamente, a manutenção do Estado da Índia).


OS MUÇULMANOS NA PENÍNSULA IBÉRICA (Hugh Kennedy)
Desde a chegada dos Árabes do Norte de África, em 711, até à queda do último Estado muçulmano (Granada), em 1492, este livro de H. Kennedy é um estudo sobre a História Política do Portugal e da Espanha muçulmanos – do al-Andalus.

Numa escrita simples, clara e directa, o autor desenvolve os acontecimentos políticos da Península Ibérica sob o domínio muçulmano, inserindo-os no contexto tanto do mundo islâmico como no da cristandade sua contemporânea.

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17 dezembro, 2006

Um bom livro é uma excelente prenda... (1)

E aqui ficam as minhas (primeiras) sugestões literárias para o Natal’2006:

HOLOCAUSTO (Gerald Green)
Li este livro, pela primeira vez, no verão de 1985. E recordo-me como se fosse hoje: li-o de um trago, com sofreguidão. Devorei as suas 457 páginas de uma manhã até à madrugada do dia seguinte; na verdade, apenas parava para comer qualquer coisa.

E é esse o efeito que Holocausto nos provoca - ler, ler, ler até conhecer o final da história que envolve os judeus da família Weiss e o oficial SS Erik Dorf, numa época em que estava em curso a maior exterminação fria e organizada do “Povo Eleito”.

É um livro apaixonante, mas duro, violento, real, triste.

Quando o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, declara que o Holocausto “é um mito” e organiza conferências revisionistas em Teerão (como a da semana passada), a leitura de Holocausto impõe-se para que a memória não se apague.


EMIGRANTES (Ferreira de Castro)
Publicada em 1928, esta obra neo-realista conta-nos as aventuras e desventuras do português Manuel da Bouça, que partiu do Portugal dos inícios do século passado à busca do “eldorado” brasileiro.

As dificuldades, as provações, a saudade, o sonho do emigrante, tudo nos é dado numa escrita bela e muitas vezes comovente.

As questões da emigração e da imigração estão na ordem do dia, nomeadamente no seio da União Europeia, por isso a leitura de Emigrantes permite-nos uma visão do drama e da esperança que muitos portugueses viveram quando decidiram procurar trabalho noutro país.


ÍCONE (Frederick Forsyth)
Ao bom estilo de Forsyth, este livro oferece-nos uma trama inteligente que se desenvolve numa Rússia com uma grave crise económica e social, submersa em hiperinflacção, caos, corrupção e crime, na qual desponta um novo “salvador” – Igor Komarov, líder do Partido da União das Forças Patrióticas.

O roubo de um documento secreto – o “Manifesto Negro” - revelará quem é Komarov e quais são os seus verdadeiros objectivos, o que põe em campo James Monk, ex-agente da CIA…

Ícone é, sem dúvida, um excelente romance e quiçá actual, nomeadamente, tendo em conta os recentes assassinatos de Anna Politkovskaya e Alexander Litvinenko, que aparentemente envolvem agentes do ex-KGB - e da sua “sucessora” FSB - e têm como pano de fundo a sucessão de Vladimir Putin à frente dos destinos da Rússia.


PRIMEIRO ENTRE IGUAIS (Jeffrey Archer)
Neste romance acompanhamos as carreiras de quatro ambiciosos deputados - Raymond Gould, Andrew Fraser, Simon Kerslake e Charles Seymour - , que ascendem aos seus lugares em Westminster pela primeira vez na década de 60.

Com este livro de Archer, assistimos aos seus embates políticos durante trinta anos no Governo e na Oposição, sendo que um deles será nomeado primeiro-ministro…

Num tempo em que se aproximam as eleições legislativas que irão determinar quem será o primeiro-ministro que vai substituir Tony Blair, este romance é também um bom instrumento para conhecer melhor os meandros da política britânica, designadamente no que respeita aos seus sistemas político, partidário e eleitoral.

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15 dezembro, 2006

A demissão

A propósito da demissão de Henrique Freitas do cargo de vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, subscrevo estas palavras de Pacheco Pereira, ontem publicadas no Abrupto:

“Teve razão Henrique Freitas em demarcar-se da posição do Grupo Parlamentar do PSD quanto ao modo como foi recebida uma delegação do PE "sobre os voos da CIA" nas instalações do PSD na Assembleia, como tiveram os ex-ministros Paulo Portas e Figueiredo Lopes em não aceitarem ser interrogados pela mesma comissão. Quem conheça o Parlamento Europeu sabe que este tipo de sub-sub-sub comissões representa um nicho para algumas causas marginais, que as Comissões propriamente ditas não acolhem nem dão estatuto e importância. Aliás, seria interessante saber em que países o trabalho deste grupo tem a relevância que lhe é dada em Portugal, quer por governos, quer pela imprensa.

É verdade que é um deputado do PSD que a dirige, mas o modo como os seus trabalhos são conduzidos e divulgados - com o relatório praticamente escrito já de antemão - não corresponde de nenhum modo às posições em matéria de política externa que é suposto ter o PSD. Mais: o modo como o governo português e o Ministro dos Negócios Estrangeiros foram atacados mereceria a solidariedade do PSD e não a crítica implícita na solicitude em a acolher. Seria muito mais natural que fosse nas salas do Bloco de Esquerda ou do PCP que essa reunião tivesse sido feita, e é um presente de mel dar-lhe a legitimação de reunir numa sala de um partido que é suposto ter uma política externa atlantista. Como o PS neste caso.”


E ainda acrescento o seguinte: o Henrique Freitas agiu bem, com coragem e frontalidade, porque os princípios e as questões de Estado não podem claudicar perante as derivas “bloquistas” e as actuais dúvidas existenciais de alguns dirigentes do PSD.

13 dezembro, 2006

Por cá - III

Na sessão da Assembleia Municipal que se realizou ontem à noite, os deputados municipais do PSD votaram contra a Proposta n.º 104 P/2006 (contrato entre o Município de Azambuja e a Águas do Oeste relativo à cedência de infra-estruturas de saneamento).

Quando tal proposta foi submetida à votação na última reunião da Câmara de Azambuja, os vereadores social-democratas optaram pela abstenção.

What’s up doc?…

12 dezembro, 2006

Há 30 anos

O Poder Local democrático assinala hoje 30 anos.

Nas primeiras eleições autárquicas, realizadas em 12 de Dezembro de 1976, o vencedor foi o PS com 33,2%. O PPD/PSD conquistou 24,3% dos votos. A coligação comunista FEPU (que antecedeu a APU, que por sua vez antecedeu a CDU...) teve 17,7% e o CDS (nessa altura ainda não tinha o PP...) mereceu 16,6% dos votos.

No Concelho de Azambuja, o PS venceu as eleições com maioria absoluta (44,2%), obtendo 3798 votos. A FEPU foi a 2.ª força político-partidária mais votada com 23,9% (2052 votos). O PPD/PSD quedou-se por 1277 votos (14,8%).

10 dezembro, 2006

Excertos - XVII

“Nesse ponto, impaciente por conhecer a sua própria origem, Aureliano deu um salto. Então começou o vento, morno, incipiente, cheio de vozes do passado, de murmúrios de gerânios antigos, de suspiros de desenganos anteriores às nostalgias mais perseverantes. Não reparou nele, porque naquele momento estava a descobrir os primeiros indícios do seu ser num avô concupiscente que se deixava arrastar pela frivolidade através de um páramo alucinado, em busca de uma mulher lindíssima a quem não faria feliz. Aureliano reconheceu-o, perseguiu os caminhos ocultos da sua descendência, e encontrou o instante da sua própria concepção entre lacraus e as borboletas amarelas de uma casa de banho crespuscular, onde um mesteiral saciava a sua luxúria com uma mulher que se lhe entregava por rebeldia. Estava tão absorto que também não sentiu a segunda arremetida do vento, cuja potência ciclónica arrancou das dobradiças as portas e as janelas, destruiu pela raiz o tecto da galeria oriental e desarraigou os alicerces. Só então descobriu que Amaranta Úrsula não era sua irmã mas sim sua tia, e que Francis Drake tinha assaltado Riohacha somente para que eles pudessem procurar-se pelos labirintos mais intrincados do sangue, até engendrarem o animal mitológico que havia de pôr termo à estirpe. Macondo já era um pavoroso remoinho de pó e escombros, centrifugado pela cólera do furacão bíblico, quando Aureliano saltou onze páginas para não perder tempo com factos demasiado conhecidos, e começou a decifrar o instante que estava a viver, decifrando-o à medida que o vivia, profetizando-se a si próprio no acto de decifrar a última página dos pergaminhos, como se estivesse a ver-se num espelho falado. Então deu outro salto para se antecipar às predições e ver a data e as circunstâncias da sua morte. No entanto, antes de chegar ao verso final, já tinha percebido que não sairia nunca desse quarto, pois estava previsto que a cidade dos espelhos (ou das miragens) seria arrasada pelo vento e desterrada da memória dos homens no momento em que Aureliano Babilonia acabasse de decifrar os pergaminhos, e que tudo o que neles estava escrito era irrepetível desde sempre e para sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a Terra.”


Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez

07 dezembro, 2006

Há 65 anos

No dia 7 de Dezembro de 1941, pelas 8 horas, a aviação japonesa atacou de surpresa o Quartel-General da Frota Americana do Pacífico, localizado em Pearl Harbor (Havai).

Em apenas duas horas, foram danificados ou destruídos 11 navios (privando os Estados Unidos da maior parte da sua frota do Pacífico) e 188 aviões. Morreram 2403 militares norte-americanos e 68 civis.

No quadro geral da II Guerra Mundial, iniciava-se um novo teatro de operações – a Batalha do Pacífico, a qual só viria a terminar com a rendição do Japão em 15 de Agosto de 1945.

No dia seguinte ao ataque das forças japonesas, Franklin D. Roosevelt dirigiu-se ao Congresso e proferiu o seguinte discurso:

“Yesterday, 7 December 1941-a date which will live in infamy-the United States of America was suddenly and deliberately attacked by naval and air forces of the Empire of Japan.

The United States was at peace with that nation and, at the solicitation of Japan, was still in conversation with its Government and its Emperor looking toward the maintenance of peace in the Pacific. Indeed, one hour after Japanese air squadrons had commenced bombing in Oahu, the Japanese Ambassador to the United States and his colleague delivered to the Secretary of State a formal reply to a recent American message. While this reply stated that it seemed useless to continue the existing diplomatic negotiations, it contained no threat or hint of war or armed attack.

It will be recorded that the distance of Hawaii from Japan makes it obvious that the attack was deliberately planned many days or even weeks ago. During the intervening time the Japanese Government had deliberately sought to deceive the United States by false statements and expressions of hope for continued peace.

The attack yesterday on the Hawaiian Islands has caused severe damage to American naval and military forces. Very many American lives were lost. In addition American ships have been reported torpedoed on the high seas between San Francisco and Honolulu.

Yesterday the Japanese Government also launched an attack against Malaya.

Last night Japanese forces attacked Hong Kong

Last night Japanese forces attacked Guam

Last night Japanese forces attacked the Philippine Islands.

Last night Japanese forces attacked Wake Island.

This morning the Japanese attacked Midway Island.

Japan has, therefore, undertaken a surprise offensive extending throughout the Pacific area. The facts of yesterday speak for themselves. The people of the United States have already formed their opinions and well understand the implications to the very life and safety of our nation.

As Commander in Chief of the Army and Navy I have directed that all measures be taken for our defense.

Always will we remember the character of the onslaught against us.

No matter how long it may take us to overcome this premeditated invasion, the American people in their righteous might will win through to absolute victory.

I believe I interpret the will of the Congress and of the people when I assert that we will not only defend ourselves to the uttermost but will make very certain that this form of treachery shall never endanger us again.

Hostilities exist. There is no blinking at the fact that our people, our territory, and our interests are in grave danger.

With confidence in our armed forces-with the unbounded determination of our people-we will gain the inevitable triumph-so help us God.

I ask that the Congress declare that since the unprovoked and dastardly attack by Japan on Sunday, 7 December, a state of war has existed between the United States and the Japanese Empire.”

05 dezembro, 2006

Por cá - II

Ainda a propósito da última reunião do executivo camarário de Azambuja, importa publicar mais um breve (?) apontamento.

Com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e o voto contra da CDU, foi aprovada a aplicação da “Taxa de Saneamento” aos agregados populacionais abrangidos pelas ETAR’s de Vila Nova da Rainha, Azambuja, Virtudes e Azambuja.

Ou seja, a partir de 2007, os munícipes vão pagar, mensalmente, uma tarifa fixa de 1€, acrescida de uma tarifa variável equivalente a 30% do valor do seu consumo de água (sendo que, até 2009, o preço da água vai aumentar em 60%) – e terão de pagar tal taxa mesmo que não tenham os seus esgotos domésticos ligados à rede pública!

Esta proposta deveria ter merecido, de imediato, o voto contra dos vereadores do PSD.

Desde logo, por razões de coerência política face a anteriores posições do PSD, assumidas no último mandato autárquico, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal.

Depois, porque os pressupostos políticos e técnicos apresentados pela maioria socialista não se alteraram – se continuavam errados, errados continuam!

Depois ainda, porque as consequências de tal proposta também não mudaram. Efectivamente, esta proposta é igual à que foi aprovada na sessão camarária de 15 de Maio de 2003. Na declaração de voto que então proferi, disse o seguinte:

“1. A Tabela agora aprovada não resolve as questões que prontamente denunciei aquando da votação da versão definitiva do “Regulamento Municipal de Águas Residuais”, nomeadamente as relativas à tarifa de conservação.

2 - Por outro lado, mais uma vez, a maioria socialista optou por recorrer ao lançamento de taxas, tarifas e preços, que terão de ser pagos pelos munícipes, sem que seja alterada a actual política despesista da Câmara Municipal de Azambuja.”
(cfr. acta da sessão camarária de 15/05/2003)

Ora, o “Regulamento Municipal de Águas Residuais”, que mereceu o meu voto contra, continua a consagrar uma discricionariedade plena da Câmara face aos munícipes, designadamente nas matérias a que se referem os artigos 63.º/2/c) (tarifas e preços) e 65.º/2 (tarifa de conservação).

Por outro lado, a maioria socialista continua com a sua política despesista e persiste em castigar os munícipes com novas taxas, tarifas e preços (já para não falar do aumento constante das taxas, tarifas e preços existentes).

Os pressupostos políticos e técnicos não se alteraram. As consequências da proposta são as mesmas. A população do Concelho de Azambuja é castigada.

Então, porque não votaram os vereadores do PSD contra a Proposta n.º 106 P/2006?
Porque optaram pela abstenção, que não é carne, nem peixe?
Porque não foram coerentes com as anteriores posições do PSD?

Sinceramente, não compreendo.

Agora, a construção de uma verdadeira alternativa político-autárquica não se faz com ziguezagues...


Nota:
Estou consciente de que este não é um post simpático para os meus companheiros de Partido. Certamente, não faltarão aqueles que me irão acusar de “divisionista” e de outros dislates idênticos.

Mas, nestes 19 anos de militante do PSD, nunca abdiquei dos meus direitos de cidadania, nem nunca deixei de dizer o que penso. Doa a quem doer.

“Saber o que é correcto e não o fazer é falta de coragem” (Confúcio).

Por cá - I

Na reunião de ontem da Câmara de Azambuja, o vereador da CDU, António Nobre, fez uma nova investida sobre o processo das “Águas do Oeste”.

Contudo, ainda não foi desta que o presidente Joaquim Ramos conseguiu justificar devidamente porque a empresa “Águas do Oeste” não cumpre o calendário de acções e de realização de infra-estruturas a que ficou (?) obrigada para com o município de Azambuja.

E, por isso, em termos práticos, a situação é esta: as “Águas do Oeste” não estão a respeitar o seu “compromisso firme”, mas a maioria socialista parece não querer penalizar a empresa por tal incumprimento contratual.

Pergunta-se: porquê?

Bem, as razões para esta “estranha” opção da maioria socialista terão de ficar para um próximo post, lá mais para Janeiro...

04 dezembro, 2006

Francisco Sá Carneiro

19/07/1934 – 04/12/1980


Francisco Sá Carneiro morreu há 26 anos.

De Francisco Sá Carneiro estadista ou carismático líder já todos escrevemos (e continuaremos a escrever), pelo que já é difícil haver faceta que não tenha suscitado o merecido relevo: o sonho para Portugal, o sentido de Estado, o desprendimento e a independência contra tudo e contra todos, a visão estratégica aliada ao prazer do jogo táctico, a volúpia do risco.

Pela minha parte, e porque a sua mensagem continua actual, apenas quero recordar agora algumas das palavras que Sá Carneiro disse no seu primeiro discurso político, em 12 de Outubro de 1969:

“Por muito que se tenha educado no descrédito da política, é-se forçado a reconhecer que, quando se começa a tomar em profundidade consciência da nossa própria existência pessoal e das realidades que nos cercam, somos constantemente conduzidos a ela.

Desde a educação e futuro dos nossos filhos às nossas próprias condições de trabalho e de vida, desde a liberdade de ideias à liberdade física, aquilo que pensamos e queremos coloca-nos directamente ante a política: seja em oposição frontal à seguida por determinado Governo, seja de simples desacordo, seja de apoio franco.

Porque somos homens, seres inteligentes e livres chamados a lutar pela realização desses dons na vida, formamos a nossa opinião e exprimimos as nossas ideias, pelo menos no círculo de pessoas que nos cercam.

Mas se nos limitarmos a isso, se nos demitimos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café.

A intervenção activa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas.

Trata-se portanto de um direito e de um dever que nos assiste como simples cidadãos, pelo qual não nos devemos cansar de lutar e ao qual não nos podemos esquivar de corresponder.

Podemos sentir ou não vocação para o desempenho de atitudes ou de cargos políticos, podemos aceitar ou não as condições em que estamos, concordar ou não com a forma como a intervenção nos é facultada, mas não temos o direito de nos demitirmos da dimensão política, que, resultante da nossa liberdade e da nossa inteligência, é essencial à condição de homens.”

02 dezembro, 2006

Blogues de Azambuja

A partir de hoje, o Discurso Directo passa a ter o Blogues de Azambuja, com a indicação dos respectivos links, nomeadamente para o Confraria do Torricado e o Tasca do Ti Mi.

A todos os bloggers azambujenses desejo muitas felicidades e boas postagens!


 
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