DISCURSO DIRECTO

26 setembro, 2008

Sobe e Desce

No último post que publiquei sobre a corrida à Casa Branca (em 01/07/2008), Barack Obama liderava as sondagens nacionais com uma vantagem média de 5,9% face ao republicano John McCain.

Esta posição do candidato democrata viria a fragilizar-se ao longo do mês de Agosto. Na véspera da Convenção Nacional Democrata (25/28 de Agosto), ambos os candidatos registavam nos diversos estudos de opinião uma situação de empate técnico (a vantagem de Barack Obama era inferior a 2%).

Com a Convenção Democrata, Obama recuperou a liderança das sondagens nacionais. A 2 de Setembro, ou seja, já no decorrer da Convenção Nacional Republicana, Barack Obama registava uma diferença média de 6,4% perante McCain, que apenas conseguia reunir 42,8% das intenções de voto.

Após a Convenção Republicana, John McCain conseguiu inverter fortemente a tendência dos estudos de opinião. Durante 10 dias (entre 7 e 17 de Setembro), o republicano assegurou a liderança das sondagens nacionais, o que causou perplexidade e preocupação na candidatura democrata. Muito deste sucesso (aparente) de McCain nas sondagens resultou da forte exposição mediática provocada pela escolha de Sarah Palin [na foto] como sua candidata a vice-presidente.

A governadora do Alasca revelou-se um ás de trunfo para John McCain, pois conseguiu garantir o apoio dos sectores mais conservadores do Partido Republicano e abria, assim, as portas para um combate eleitoral em torno dos “valores sociais” (recordo que tal base social de apoio e estratégia política foram essenciais nas sucessivas vitórias eleitorais dos republicanos durante o consulado de George W. Bush).

Contudo, a falência do banco de investimento Lehman Brothers, a apressada compra da Merril Lynch pelo Bank of America, a perspectiva do colapso do American Insurance Group (AIG), a decisão da Reserva Federal sobre as taxas de juro - ao fim e ao cabo, a crise financeira que se instalou nos Estados Unidos -, voltou a recentrar a campanha eleitoral.

Ao contrário do que se chegou a pensar nas primeiras semanas de Setembro, a campanha não deverá ser marcada pelas chamadas “guerras culturais” em tornos de questões como o aborto, o casamento de homossexuais, o direito à posse de armas ou ao ensino das teorias criacionistas.

A “questão número um” desta corrida presidencial é a Economia. E sendo assim não é de estranhar que, nos últimos dias, Barack Obama tenha reconquistado a vantagem que detinha nas sondagens nacionais, tanto mais que McCain é visto como um “prolongamento” da Administração Bush.

Na verdade, quando se iniciar o primeiro debate presidencial desta campanha (que se realiza mais logo), Obama leva consigo uma vantagem média de 4% nos estudos de opinião e tracking pools hoje publicados.

Contudo, até à eleição do dia 4 de Novembro tudo pode ainda mudar, nomeadamente, porque existem outros factores que são decisivos numa eleição presidencial norte-americana, como a composição do Colégio Eleitoral. Mas, tal terá de ser assunto para outro post


Nota:
Para aceder a mais dados sobre as diversas sondagens e tracking pools sugiro a visita ao site
Real Clear Politics.

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