Kosovo
A recente declaração unilateral de independência pelo Kosovo fez regressar a tensão à região dos Balcãs, com consequências ainda difíceis de prever.
Eis um bom momento para (re)ler Da Jugoslávia à Jugoslávia – Os Balcãs e a Nova Ordem Europeia, publicado por Carlos Santos Pereira em 1995.
Eis um bom momento para (re)ler Da Jugoslávia à Jugoslávia – Os Balcãs e a Nova Ordem Europeia, publicado por Carlos Santos Pereira em 1995.
«Coração da Sérvia medieval, o Kosovo representa para os sérvios o berço da sua identidade e da sua civilização. Pizren (sul, já a caminho da fronteira albanesa) esteve no centro do Estado sérvio medieval, e Pec (a oeste de Pristina) foi sede do primeiro episcopado ortodoxo. (…)
A atmosfera de tensão que se respira logo ao primeiro contacto com Pristina é herdeira da disputa secular destas terras entre sérvios e albaneses. O ódio com que se confrontam hoje os 300 mil sérvios que restam na região e os dois milhões de albaneses perpetua a batalha sem quartel entre duas comunidades opostas pelo sangue, pelas marcas de séculos de luta, pela cultura e pela fé: os sérvios são ortodoxos, os albaneses são, na sua maioria, muçulmanos. (…)
De um lado, dois milhões de albaneses muçulmanos, que recusam qualquer contacto com o Estado sérvio. Do outro, um reduto de 300 mil sérvios ortodoxos, entrincheirados na atitude ameaçadora do animal acossado. Um vulcão pronto a rebentar.»
Da Jugoslávia à Jugoslávia – Os Balcãs e a Nova Ordem Europeia, de Carlos Santos Pereira
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