Sócrates, o derrotável

Que dizer da mini-remodelação hoje anunciada pelo Eng.º Sócrates?

Isabel Pires de Lima foi substituída na pasta da Cultura por José Pinto Ribeiro. Nada de especial a assinalar. Pois, e para provável pasmo dos defensores do “politicamente correcto”, continuo sem perceber qual a necessidade de existir um ministro que se ocupe da Cultura na orgânica governamental! Não seria suficiente o estatuto de secretário de Estado, na alçada do Ministro da Educação? Para quê ter um ministro sem qualquer peso específico ou relevância política?

Quanto à substituição de Correia de Campos pela pediatra Ana Jorge à frente do Ministério da Saúde, a leitura é forçosamente outra. Esta é uma pasta ministerial com peso específico e relevância política. Face à contestação pública das últimas semanas, Correia de Campos teve de ser substituído, sob pena do Eng.º Sócrates pagar uma factura demasiado elevada nas próximas eleições legislativas.

Agora importa saber se a política desenvolvida por Correia de Campos vai ser suspensa.

Se o for, o Eng.º Sócrates demonstra que persistiu num erro ao longo de quase 3 anos, com claros prejuízos para a população portuguesa.

Ao invés, se Ana Jorge [na foto] implementar a política do pretérito ministro da Saúde, o Eng.º Sócrates apenas pode contar com uma certeza: a contestação ao encerramento de urgências e de maternidades vai continuar e, consequentemente, de nada adiantou esta mini-remodelação.

Num caso ou noutro, o Eng.º Sócrates está “entalado”.

Donde, o Eng.º Sócrates acabou de revelar ao país que o desfecho das próximas eleições legislativas está em aberto.