DISCURSO DIRECTO

16 maio, 2007

Telenovela em Lisboa

De forma sintética, recordemos os factos:

A comunicação social divulga que Carmona Rodrigues será constituído arguido no processo “Bragaparques”.

Marques Mendes faz uma declaração política na qual defende a realização de eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa, garantindo que Carmona Rodrigues concorda com esta posição.

No dia seguinte, tendo como cenário de fundo os vereadores do PSD, Carmona Rodrigues garante que, afinal, não se demite.

Depois, o vice-presidente do PSD Azevedo Soares garante que “do lado do PSD correu tudo como desejávamos”.

Os vereadores do PSD apresentam a sua demissão e desencadeiam o processo que conduz à queda do executivo camarário lisboeta.

A comunicação social dá conta que o candidato do PSD à presidência da Câmara poderá ser Manuela Ferreira Leite.

Perante a recusa de Ferreira Leite, o nome que “corre” no sábado é o de Fernando Seara.

Seara afirma publicamente que não aceita a candidatura.

Fala-se depois de Joaquim Ferreira do Amaral, presidente da Mesa da Assembleia Distrital do PSD/Lisboa e candidato derrotado nas Autárquicas de 1997.

Em seguida, especula-se que, afinal, o candidato do PSD poderá ser Azevedo Soares ou Manuel Lencastre, ambos vice-presidentes de Marques Mendes.

Ontem, ficou a saber-se que o candidato do PSD é o independente Fernando Negrão, que é vereador na Câmara de Setúbal e que poderá ser constituído arguido no âmbito dessas funções.

Nesta verdadeira telenovela mexicana, que terá custos eleitorais e que precisa ter consequências políticas internas, há muitas perguntas que ficam no ar.

Aqui ficam apenas sete:
  • Quando Marques Mendes defendeu a realização das eleições intercalares, não era pressuposto que já tivesse um candidato escolhido?
  • E que esse candidato escolhido já tivesse aceite, permitindo assim ao PSD ser o primeiro partido a posicionar-se na corrida eleitoral, ao invés de ir a reboque do Bloco de Esquerda, da CDU e do PS?
  • Como foi possível que a direcção nacional do PSD deixasse “queimar” sucessivos nomes na praça pública, permitindo que Fernando Negrão apareça como a última escolha e apenas à 4.ª tentativa?
  • Afinal, o que significa para o vice-presidente Azevedo Soares que “do lado do PSD correu tudo como desejávamos”?
  • Qual foi o papel da Presidente da Distrital de Lisboa em toda esta trapalhada? Ou será que também concorda que tudo correu como o desejado, nomeadamente porque não é a candidata à presidência da Câmara?
  • Que estratégia tem o PSD para a Câmara de Setúbal? Os eleitores que votaram em Negrão nas últimas autárquicas vão sentir-se, legitimamente, defraudados com sua saída e consequente troca de vereadores. Depois não se queixem que os cidadãos estão fartos da política...
  • A ser verdade que Fernando Negrão será constituído arguido enquanto vereador da Câmara de Setúbal, quais são os critérios que levam Marques Mendes a aceitar esta candidatura? Afinal, não decidiu a queda da Câmara de Lisboa porque Carmona iria ser constituído arguido?

1 Comments:

  • Portugal desde que melhorou está pior, vejamos o estado do Pais que politicamente está derrastos económicamente está péssimo entendo que já é tempo de se substituir o politicamente correcto pelo verdadeiramente correcto, mas sobre o caso C.M.Lisboa na minha opinião se fosse-mos a analizar teria-mos eleições intercalares em mais de 60% dos Municipios,Carmona Rodrigues foi apenas uma víctima do Sistema, não me parece que ele é pessoa como fazem parecer. a corrupção é um nome muito vulgar hoje em dia, mas os verdadeiros corruptos continuam por aí a solta.
    Manuel Oliveira da Silva (Vilariho) Trofa

    By Anonymous Anónimo, at 2/6/07 08:36  

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