DISCURSO DIRECTO

16 janeiro, 2007

O Perfume

Finalmente tive oportunidade de ver “O Perfume – História de um Assassino”, filme realizado por Tom Tykwer a partir do best-seller de Patrick Süskind.

Ao contrário do que normalmente sucede com outras transposições cinematográficas, desta feita não fiquei decepcionado.

Como é óbvio, a estranha história de Jean-Baptiste Grenouille é muito mais intensa e arrebatadora quando lida. Como é óbvio, há inúmeros e relevantes pormenores que se perdem no filme (por exemplo, as razões porque a personagem principal coxeia e tem marcas de queimaduras no corpo). Como é óbvio, há sensações que só a leitura transmite com toda a profundidade, nomeadamente o prazer que Grenouille tem na captação de novos odores (mas também como se filma o cheiro?).

Mas, a versão cinematográfica d’ “O Perfume” atinge o principal: a busca incessante de Jean-Baptiste Grenouille – que não tem qualquer odor num tempo em que “dominava nas cidades um fedor dificilmente imaginável para o homem dos tempos modernos” – pelo perfume ideal, isto é, a forma suprema da Beleza.

Nota positiva ainda para a lindíssima banda sonora, que foi interpretada pela Filarmónica de Berlim.


 
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