O princípio e o fim
O fim do princípio
Qualquer governo goza no princípio do seu mandato um período de “estado de graça”.
As últimas trapalhadas governativas (veja-se o caso das portagens nas Scut’s, das taxas moderadoras nos internamentos, do aumento da electricidade, etc.) e o aumento da contestação social pareciam indicar que tinha começado o fim do “estado de graça” do Governo do Eng.º Sócrates.
Contudo, a entrevista de Cavaco Silva teve o mérito de interromper essa dinâmica.
Com as suas palavras, o Presidente da República decidiu, conscientemente, prolongar o “estado de graça” do governo socialista. E é nesta perspectiva que devem ser analisados o tempo e o modo da entrevista televisiva da passada 5.ª feira.
Com a “concertação estratégica” de Cavaco Silva, Sócrates viu o fim do seu “estado de graça” adiado. Com as óbvias vantagens que daí decorrem, designadamente, face ao calendário político que se aproxima.
Não compreendo, por isso, o mal-estar de alguns sectores do PSD.
Sinceramente, alguém esperava outro comportamento por parte de Cavaco? Alguém acreditou que a distribuição de bandeiras do PSD junto ao CCB, na noite da vitória presidencial, iria tornar Cavaco no líder da oposição ao governo socialista e transformá-lo no “Mário Soares – versão 2.º mandato”?
Eu votei em Cavaco Silva e nunca esperei tal. Acreditei e acredito que Cavaco é um institucionalista, para quem a maioria presidencial se esgota no próprio dia da eleição e o magistério presidencial implica o contributo positivo e concreto do Presidente da República para o desenvolvimento de Portugal, independentemente de quem esteja a governar em cada momento.
O princípio do fim
Se Sócrates conseguiu adiar o fim da “graça” que apenas se tem no princípio de mandato, já o PSD parece querer acelerar o princípio do fim da liderança de Marques Mendes.
Foi a demissão da Concelhia do PSD/Porto, em ruptura com o presidente da Câmara Rui Rio. Foi a trapalhada na Câmara de Lisboa, em que o acordo político com o CDS-PP foi atirado para o lixo apenas por causa de nomeações políticas (nas quais terá havido intervenção directa do próprio Marques Mendes). Foram as palavras de Marques Mendes no Brasil, nas quais busca contraditar o que foi proferido por Cavaco Silva. Foram os apelos públicos de Luis Filipe Menezes para que o Conselho Nacional do PSD comece a reunir. Foram as declarações de Rui Rio ao SOL, nas quais reconhece que “o PSD tem pouca visibilidade” e que “o estilo mais acutilante terá de aparecer”.
E até os comentadores mais insuspeitos já começaram a duvidar do estilo de liderança de Marques Mendes: veja-se o artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso, a crónica de opinião de Rita Marques Guedes no Diário Económico ou a coluna de Jacinto Lucas Pires.
É a vida. Para uns, não chega o fim do princípio. Para outros, aproxima-se o princípio do fim.
Qualquer governo goza no princípio do seu mandato um período de “estado de graça”.
As últimas trapalhadas governativas (veja-se o caso das portagens nas Scut’s, das taxas moderadoras nos internamentos, do aumento da electricidade, etc.) e o aumento da contestação social pareciam indicar que tinha começado o fim do “estado de graça” do Governo do Eng.º Sócrates.
Contudo, a entrevista de Cavaco Silva teve o mérito de interromper essa dinâmica.
Com as suas palavras, o Presidente da República decidiu, conscientemente, prolongar o “estado de graça” do governo socialista. E é nesta perspectiva que devem ser analisados o tempo e o modo da entrevista televisiva da passada 5.ª feira.
Com a “concertação estratégica” de Cavaco Silva, Sócrates viu o fim do seu “estado de graça” adiado. Com as óbvias vantagens que daí decorrem, designadamente, face ao calendário político que se aproxima.
Não compreendo, por isso, o mal-estar de alguns sectores do PSD.
Sinceramente, alguém esperava outro comportamento por parte de Cavaco? Alguém acreditou que a distribuição de bandeiras do PSD junto ao CCB, na noite da vitória presidencial, iria tornar Cavaco no líder da oposição ao governo socialista e transformá-lo no “Mário Soares – versão 2.º mandato”?
Eu votei em Cavaco Silva e nunca esperei tal. Acreditei e acredito que Cavaco é um institucionalista, para quem a maioria presidencial se esgota no próprio dia da eleição e o magistério presidencial implica o contributo positivo e concreto do Presidente da República para o desenvolvimento de Portugal, independentemente de quem esteja a governar em cada momento.
O princípio do fim
Se Sócrates conseguiu adiar o fim da “graça” que apenas se tem no princípio de mandato, já o PSD parece querer acelerar o princípio do fim da liderança de Marques Mendes.
Foi a demissão da Concelhia do PSD/Porto, em ruptura com o presidente da Câmara Rui Rio. Foi a trapalhada na Câmara de Lisboa, em que o acordo político com o CDS-PP foi atirado para o lixo apenas por causa de nomeações políticas (nas quais terá havido intervenção directa do próprio Marques Mendes). Foram as palavras de Marques Mendes no Brasil, nas quais busca contraditar o que foi proferido por Cavaco Silva. Foram os apelos públicos de Luis Filipe Menezes para que o Conselho Nacional do PSD comece a reunir. Foram as declarações de Rui Rio ao SOL, nas quais reconhece que “o PSD tem pouca visibilidade” e que “o estilo mais acutilante terá de aparecer”.
E até os comentadores mais insuspeitos já começaram a duvidar do estilo de liderança de Marques Mendes: veja-se o artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso, a crónica de opinião de Rita Marques Guedes no Diário Económico ou a coluna de Jacinto Lucas Pires.
É a vida. Para uns, não chega o fim do princípio. Para outros, aproxima-se o princípio do fim.
1 Comments:
Caro Companheiro sem margem para dúvidas, concordo e bem haja todo aquele que chamas as coisas pelo seu própio nome,tambem eu fiquei surpreendido com as atitudes, mas compreendo o objectivo e não me parece estar errado,há que trabalhar para um segundo mandato.
Um abraço de Manuel (Vilarinho) Trofa
By Anónimo, at 20/11/06 23:53
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