O populista nu
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Esta é, sem dúvida, uma estratégia de campanha original.
Mas, é uma estratégia que não consegue disfarçar o indisfarçável – o discurso político depende cada vez mais de slogans “fortes” e da imagem dos vários candidatos, em detrimento das propostas políticas e da qualidade técnica das soluções que são apresentadas ao eleitorado.
Na verdade, é um novo tipo de populismo, que assenta em mensagens despidas de referências ideológicas ou partidárias e busca uma ligação “directa” com um eleitorado maioritariamente “centrista” e sem enquadramento político-partidário, onde a mensagem política mais importante são slogans pomposos do tipo “Ao serviço das pessoas”, “Primeiro as pessoas” ou ainda “O importante são as pessoas”.
Infelizmente, não é apenas na Catalunha que este expediente eleitoral é utilizado. Também por cá a “deriva populista” tem adeptos.
Digo infelizmente, porque, na grande maioria dos casos, os protagonistas políticos que receiam afirmar a sua ideologia e se socorrem das “pessoas” para a sua mensagem eleitoral, apenas o fazem com o objectivo de esconder a fragilidade do projecto político que têm para a sua comunidade.
A “deriva populista” pode ser o caminho mais fácil e até render (?) mais votos. Mas, não é concerteza o melhor caminho para a dignificação da Política e das suas instituições .
Nota: Será que nas próximas eleições autárquicas também vamos ver cartazes com candidatos a presidente da câmara despidos de ideias e roupas?
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