DISCURSO DIRECTO

31 julho, 2006

Inchallah

Num tempo em que a guerra regressou ao Líbano e à sua capital Beirute, não posso deixar de sugerir a leitura de Inchallah, publicado por Oriana Fallaci em 1990.

Nesta obra, cujo cenário principal é Beirute, Fallaci conta-nos os receios e as dificuldades da força militar italiana que se encontrava estacionada na capital libanesa em 1983, ano em que as forças americanas e francesas foram alvo de ataques bombistas suicidas pelos “Filhos de Deus”.

Página após página, entramos num universo de destruição, dor e morte, no qual se desenvolvem as histórias de dezenas de personagens, que retratam o puzzle político e religioso que então se vivia e, apesar de tudo, ainda se vive no Líbano.


“As personagens deste romance são imaginárias. Imaginárias as suas histórias, imaginária a intriga. Os acontecimentos em que se apoia são reais. Real a paisagem, real a guerra em cujo quadro a narrativa se desenvolve.
A autora dedica este seu trabalho aos quatrocentos soldados americanos e franceses trucidados no massacre de Beirute pela seita dos Filhos de Deus. Dedica-o aos homens, às mulheres, aos velhos e às crianças mortas nos outros massacres na mesma cidade e em todos os massacres do eterno massacre que dá pelo nome de guerra.
Este romance quer ser um acto de amor por eles e pela Vida.
Oriana Fallaci”

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