DISCURSO DIRECTO

31 outubro, 2006

120 anos


A Ponte D. Luis foi inaugurada há 120 anos e continua a ser uma das nossas pontes mais bonitas.

29 outubro, 2006

E ao sétimo dia...

Bahamas

26 outubro, 2006

Gostaria de...

... ter escrito este texto que Pinho Cardão ontem publicou no 4.ª República:


Sirvam-se à vontade...os senhores é que fazem as leis!...

Os Partidos Políticos aprovaram na Assembleia da República normas sobre o seu próprio financiamento e sobre a prestação das suas contas. Ao aprovarem, ficaram obrigados a cumprir o que estabeleceram. E deviam ser rigorosos no cumprimento.

Não o foram, segundo o órgão fiscalizador.

Assim, desrespeitaram-nos a todos, e todos podemos ficar com dúvidas quanto à origem e aplicação do muito dinheiro que receberam do Estado, isto é, dos nossos impostos, e também de donativos de particulares.

E também não foram sérios. Basta ver no
DN as justificações que os porta-vozes deram a respeito do incumprimento.

A justificação de que "as pessoas que estão nos partidos são, acima de tudo, políticos", não estando preparadas para "aplicar as regras contabilísticas" é uma verdadeira pérola.

Por essa razão, qualquer empresário ficaria dispensado de ter contabilidade organizada!...

Mas há outras, como a necessidade de "montar uma área de contabilidade muito diversificada", como se isso não fosse já exigível, e como a necessidade da "alteração da cultura e regras que vigoram dentro dos partidos políticos", o que indicia que a cultura existente é a do vale-tudo!...

Neste contexto, uma das soluções aventadas por um partido foi mesmo "ser necessária uma alteração à lei"!...

Pois sim senhor, sirvam-se à vontade!... Os senhores é que fazem as leis!... A lei que fizeram para si próprios não lhes agrada? Então por que esperam, mudem-na!... Mas depois não queiram obrigar a cumprir as que fizeram para os outros!...”


24 outubro, 2006

Excertos - XV

"Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.

Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.

Não tenhamos melhor conhecimento
Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o somos.
Nada mais nos é dado."

Odes, de Ricardo Reis (Fernando Pessoa)

21 outubro, 2006

Troca-tintas!!!

O único eleito do PSD na Assembleia de Freguesia de Aveiras de Cima participou hoje no "Encontro Anual de Militantes, Simpatizantes e Autarcas do PS/Azambuja".

Ou seja, um ano volvido sobre as últimas eleições autárquicas e Pedro Vieira (ou Pedro Caramelo, como é conhecido e gosta de ser chamado) volta a participar publicamente numa iniciativa do Partido Socialista, do qual, segundo sei, nunca se chegou a desfiliar.

Quando soube que o Pedro Caramelo esteve esta tarde com os seus camaradas de sempre, recordei-me logo quão “esquisito” tinha sido o seu processo de “escolha” para candidato a presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima e quão acertada foi a minha reacção inicial.

Ao tempo (Fevereiro de 2005), exercia as funções de presidente da Comissão Política do PSD/Azambuja, órgão que tem a competência para escolher os vários candidatos autárquicos.

E, nessa altura, ainda não havia qualquer nome escolhido para a Junta de Freguesia de Aveiras de Cima...

Foi, pois, com muita surpresa que li, em 25 de Fevereiro de 2005, a seguinte notícia: “Depois é o António Matos que no PSD se assume como candidato às Autárquicas de 2005. Mas já arrasta gente para a mudança. É o caso de Aveiras de Cima, onde o jovem Pedro Vieira vai mesmo enfrentar Justino Oliveira” (vd. Correio de Azambuja, edição Fevereiro/2005).

Decidi então convocar, de imediato, a Comissão Política a que presidia para reunir na noite seguinte, tanto mais que a “notícia” tinha todas as características de ter sido “plantada”. Os membros da Comissão Política ficaram estarrecidos com o teor de tal “notícia”, até porque o Pedro Caramelo era um militante socialista empenhado e em franca ascensão partidária.

Contudo, e porque sabíamos que o convite para a sua candidatura só poderia ter partido do nosso candidato à presidência da Câmara, António José Matos, decidimos que não deveríamos tomar qualquer deliberação (fosse de aprovação ou de rejeição). Se tivesse existido tal votação, a candidatura do Pedro Caramelo tinha sido chumbada e isso teria provocado (na altura, era essa a nossa opinião) danos irreparáveis no processo autárquico que estava a ser conduzido pelo António José Matos.

Na verdade, este foi apenas um episódio de uma candidatura que foi a todos os títulos muito original, que só comprovou o velho adágio popular de que “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”.

Bem, regressemos ao presente...

O Pedro Caramelo apresentou-se ao eleitorado com o símbolo, a bandeira e o projecto político do PSD.

Ao continuar a ser militante do PS e ao ter participado na iniciativa deste sábado, este autarca eleito nas listas do PSD renegou em definitivo o projecto político pelo qual se candidatou à Freguesia de Aveiras de Cima.

Assim, e se ainda não o fez, Pedro Caramelo deve renunciar de imediato às funções que exerce na Assembleia de Freguesia, nomeadamente, porque traiu a confiança dos eleitores que nele votaram e quebrou a solidariedade política a que estava vinculado para com o partido pelo qual foi eleito.

É da mais elementar ética e seriedade política que Pedro Caramelo renuncie ao seu mandato de autarca, permitindo assim ao PSD ter outro representante seu na Assembleia de Freguesia de Aveiras de Cima.

Na triste hipótese do Pedro Caramelo não renunciar ao seu mandato, então cabe à Comissão Política do PSD/Azambuja actuar e retirar-lhe a confiança política.

Como é óbvio, se nada disto acontecer até à próxima Assembleia do PSD/Azambuja (que reúne, curiosamente, em Aveiras de Cima), é certo e sabido que um dos temas quentes desta reunião será o “amargo de boca” que este Caramelo provocou ao PSD...


Notas:
1) Confesso que estou arrependido de não termos rejeitado a candidatura do Pedro Caramelo. Tal teria evitado, certamente, outros erros que depois se cometeram... Mas, enfim, como diz o meu amigo Pedro Lynce, “não é possível comparar realidades estáticas com realidades dinâmicas”.

2) Na foto, Pedro Caramelo aparece ladeado pelo secretário-geral adjunto do PSD, Roque da Cunha, e pelo candidato do PSD à Câmara de Azambuja, António José Matos. Como se vê, a sua candidatura foi uma candidatura do PSD.

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20 outubro, 2006

O populista nu

Em plena campanha eleitoral para o Parlamento da Catalunha, o Ciutadans (Partido da Cidadania) decidiu afixar um cartaz com o slogan Só nos importam as pessoas, no qual o seu líder e principal candidato aparece completamente nu, com as mãos a tapar o sexo.

Esta é, sem dúvida, uma estratégia de campanha original.

Mas, é uma estratégia que não consegue disfarçar o indisfarçável – o discurso político depende cada vez mais de slogans “fortes” e da imagem dos vários candidatos, em detrimento das propostas políticas e da qualidade técnica das soluções que são apresentadas ao eleitorado.

Na verdade, é um novo tipo de populismo, que assenta em mensagens despidas de referências ideológicas ou partidárias e busca uma ligação “directa” com um eleitorado maioritariamente “centrista” e sem enquadramento político-partidário, onde a mensagem política mais importante são slogans pomposos do tipo “Ao serviço das pessoas”, “Primeiro as pessoas” ou ainda “O importante são as pessoas”.

Infelizmente, não é apenas na Catalunha que este expediente eleitoral é utilizado. Também por cá a “deriva populista” tem adeptos.

Digo infelizmente, porque, na grande maioria dos casos, os protagonistas políticos que receiam afirmar a sua ideologia e se socorrem das “pessoas” para a sua mensagem eleitoral, apenas o fazem com o objectivo de esconder a fragilidade do projecto político que têm para a sua comunidade.

A “deriva populista” pode ser o caminho mais fácil e até render (?) mais votos. Mas, não é concerteza o melhor caminho para a dignificação da Política e das suas instituições .


Nota: Será que nas próximas eleições autárquicas também vamos ver cartazes com candidatos a presidente da câmara despidos de ideias e roupas?

E fez-se luz

Num tempo em que o Governo parece querer recuar na questão do aumento das tarifas da EDP e que mantém dúvidas existenciais sobre a liberalização do mercado ibérico de energia, quero registar que a Comissão Europeia apresentou ontem o Plano de Acção para a Eficiência Energética, constituído por 75 medidas, com o objectivo de economizar 20% de energia ao longo dos próximos 14 anos.

Este é um importante passo para a União Europeia, pois o custo directo da ineficiência energética cifra-se nos 100 mil milhões de euros até ao ano 2020...

19 outubro, 2006

Cartoon

A propósito da situação relatada no post “Terrorismo” em Azambuja..., o jornal Mirante publicou ontem este cartoon:


18 outubro, 2006

Arte Portuguesa - V


Les Grandes Constructions, de Vieira da Silva

16 outubro, 2006

Orçamento de Estado...

Depois do fim da “crise”, anunciado (e depois desmentido) pelo Ministro da Economia, vem agora um novo Orçamento de Crise, o qual foi entregue esta tarde na Assembleia da República.

Por isso, pergunto: de que se ri Sócrates?
Do seu Ministro?
Da crise?
Ou dos portugueses que continuam a dar-lhe retumbantes vitórias eleitorais nas sondagens?

Coreia do Norte

Para quem queira saber mais sobre o regime norte-coreano e a actual crise diplomática naquele ponto do globo, recomendo a leitura do artigo When North Korea Falss publicado na revista The Atlantic.

15 outubro, 2006

E ao sétimo dia...

Cataratas de Iguaçu, Brasil

12 outubro, 2006

Mudança?

Nas sondagens desta última semana, os “tories” de David Cameron ultrapassaram o Labour Party, o que já não acontecia há vários anos.

Pelos vistos, a “troca” entre Tony Blair e Gordon Brown já está a ter custos no eleitorado britânico e isto a menos de um ano das próximas eleições...

A este propósito, recomendo a leitura do artigo de opinião de Anatole Kaletsky, hoje publicado no The Times, no qual é feita uma fina análise às dificuldades que Brown enfrenta para se afirmar politicamente frente a um Cameron que, cada vez mais, mimetiza, nos gestos e no discurso, o estilo de Blair.

11 outubro, 2006

"Terrorismo" em Azambuja...

O presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, interrompeu as suas férias para participar na reunião da Assembleia Municipal que se realizou esta noite.

Na intervenção que fez sobre o polémico “negócio das águas”, Ramos “denunciou” que a oposição tem seguido nesta matéria “a cartilha da guerrilha urbana das Brigadas Vermelhas”!...

Com tamanho disparate, apenas é possível recomendar a Ramos que não volte a interromper as suas férias, pois está a carecer urgentemente das mesmas...


Nota: O presidente do PSD/Azambuja, Luis Leandro, numa intervenção muito inspirada, respondeu à letra e garantiu que “Joaquim Ramos não será o Aldo Moro de Azambuja!”... Enfim, foi uma sessão da Assembleia Municipal muito divertida, que demonstrou – e bem! – quão desorientada anda a maioria socialista!

10 outubro, 2006

Corrupção

Pelo seu interesse e oportunidade, aqui transcrevo o post de Francisco Almeida Leite, ontem publicado no Corta-Fitas:

«“Várias leis foram elaboradas com o fim de combater a corrupção, várias experiências foram tentadas, várias iniciativas tomadas, mas a corrupção está aí, tão viva como sempre, minando a economia, corroendo os alicerces do Estado democrático", Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República, no discurso de tomada de posse.

Quase que se pode apostar, e com segurança, que o dia 5 de Outubro foi uma data de viragem para o Governo e para o PS. Depois daquele
discurso de Cavaco Silva sobre a necessidade de combater melhor a corrupção, o Governo e o PS vão certamente olhar para o tema com outros olhos. Já houve até ecos na imprensa de que o primeiro-ministro terá confidenciado aos seus colaboradores, confidentes e quejandos que o discurso do Presidente da República lhe diz muito. Esses mesmos ecos dizem que, no que diz respeito aos autarcas, a alocução de Cavaco caiu do céu. Ou não estivéssemos nós nas vésperas de se discutir no Parlamento a novíssima Lei das Finanças Locais (no dia 11).

Mas nem tudo é tão simples. Quem viu há pouco mais de dois meses o deputado socialista João Cravinho apresentar, completamente sozinho, os seus três projectos-lei anti-corrupção no Parlamento, pode perguntar: Onde estava o PS na altura? Porque surgiu o ex-ministro de António Guterres (e antigo companheiro de Governo de Sócrates) desacompanhado? Qual a razão para, durante estes meses, ninguém ter aparecido a apoiar os seus projectos dentro do grupo parlamentar socialista? Não se sabe.

Na semana passada, enfim, o grupo parlamentar acabou por discutir internamente o assunto e, perante a incomodidade geral e a vontade de Cravinho em agendar os projectos para discussão, resolveu criar um grupo de trabalho que vai reunir outras propostas de deputados e até do Governo. Entretanto, Cravinho evoluiu e aos três projectos irá juntar mais uma série de propostas, como a tentativa de criminalizar o enriquecimento ilícito e a de acabar com as "estáticas" declarações de rendimentos dos titulares de cargos públicos e políticos, que muitas vezes encontram sossego no Tribunal Constitucional.

A verdade é que a tudo isto o PS assobiou para o lado. Mas mal o Presidente inscreveu o tema na agenda, até o primeiro-ministro quer dar prioridade absoluta ao combate à corrupção. E ainda dizem alguns que a agenda do PR e a do PSD têm coincidido. Parece-me muito mais que a agenda do PS se adequa à de Belém. Até porque no pelotão do Bloco Central, Sócrates leva a amarela e o PSD só disputa o contra-relógio. Um pelotão que esteve coeso ao assinar um Pacto de Justiça que afinal prevê que os chamados crimes de
colarinho branco deixem de dar prisão preventiva aos seus suspeitos... Isto para além de ser quase completamente omisso em relação ao combate à corrupção e ao enriquecimento ilícito.

Vamos ver que sentido é que Governo e PS darão às palavras do
Presidente e às do novo PGR.»

09 outubro, 2006

Mau exemplo!

Os professores estão em luta, nomeadamente, contra a alteração do Estatuto da Carreira Docente.

Mas, o que vimos ontem na Madeira e na manifestação do dia 5 de Outubro é lamentável.

Se é verdade que os professores merecem ter uma maior dignificação social e económica, também é certo que a falta de autoridade e prestígio desta classe profissional não se resolve com milhares de professores a ulular contra o Primeiro-Ministro, chamando-o de “Mentiroso! Mentiroso!”.

Os professores têm de ser uma boa referência social, têm de dar o exemplo aos mais novos, aos seus alunos – e não foi essa a mensagem que transmitiram ao País ao “chamar nomes” a José Sócrates e à Ministra da Educação.

Os professores esqueceram-se de um velho adágio popular, quer reza assim: “dá-te ao respeito, se queres ser respeitado”. E ao se esquecerem de tal, acabaram por abdicar da pouca autoridade e prestígio de que ainda dispõem.

Até podem ganhar a luta contra o Governo, mas já perderam a face junto dos seus alunos e da sociedade portuguesa.

Não se admirem, portanto, se amanhã, por causa de um qualquer problema, um grupo de alunos se reunir junto à sala dos professores e começar a gritar “Mentirosos! Mentirosos!”… É que o mau exemplo veio de cima!

Novo blog em Azambuja

A Juventude Social Democrata de Azambuja lançou um blog com o lema Juventude em movimento, Azambuja em crescimento, o qual pode ser acedido através do Discurso Directo.

Aos novos bloggers desejo muitas felicidades e boas postagens!

08 outubro, 2006

E ao sétimo dia...

Vulcão Augustine, Alasca

03 outubro, 2006

Excertos - XIV

“ – Sempre me preocupei apenas com o homem – declarou Smiley. E era característico da sua astúcia ter iniciado a conversa com um enigma e a seguir esperar um momento antes de se dispor a explicá-lo. – Nunca dei um chavo pelas ideologias, a menos que fossem loucas ou perversas, nunca considerei as instituições dignas dos seus papéis, ou as políticas como muito mais que desculpas para a ausência de sentimentos. É com o homem, e não com as massas, que a nossa profissão tem que ver. Foi o homem que acabou com a guerra fria, caso não tenham reparado. Não foi o armamento, nem a tecnologia, nem os exércitos ou as campanhas. Foi apenas o homem. Nem sequer o homem ocidental, por acaso, mas o nosso inimigo jurado de Leste, que saiu para a rua, deu o corpo às balas e aos casse-tetes e disse: estamos fartos. Foi o rei deles, e não o nosso, que teve a coragem de subir à tribuna e declarar que ia nu. E as ideologias foram atrás destes acontecimentos impossíveis como prisioneiros condenados, identicamente ao que acontece com as ideologias quando o seu tempo já lá vai. Porque não têm um coração próprio. São as pêgas e os anjos do nosso denodado ser. Um dia, a história poderá dizer-nos quem realmente ganhou. Se surgir uma Rússia democrática… pois bem, nesse caso terá sido a Rússia a vencedora. E se o Ocidente asfixiar no seu próprio materialismo, ainda pode vir a ser o derrotado. A história guarda os seus segredos por mais tempo que a maioria de nós. Mas tem um segredo que eu vos vou revelar esta noite, no maior sigilo. Às vezes não há qualquer vencedor. E às vezes ninguém precisa de perder.”

O Peregrino Secreto, de John Le Carré

02 outubro, 2006

Democracia, né?

Os eleitores brasileiros decidiram: Lula da Silva vai ter de disputar com Geraldo Alckmin a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras.

De escândalo em escândalo, até à derrota final?

Pelos vistos, o botox pode não ser suficiente...

Para saber mais sobre as eleições presidenciais no Brasil clique aqui, aqui e ainda aqui.

01 outubro, 2006

E ao sétimo dia...

Pantanal, Mato Grosso (Brasil)


 
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